quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Biografia:Gregório de Matos Guerra

Gregório de Matos Guerra,poeta brasileiro do sec. XVII, deixou mais de 700 poesias, mas nenhuma viu publicada durante a sua vida. A sua poesia ficou espalhada por manuscritos variados, dispersos pelo mundo, até que foi publicada parcialmente no sec. XIX e depois no sec. XX.
O poeta nasceu em 1636, na Baía, no Brasil, sendo descendente de famílias prestigiadas e abastadas daquela cidade. Estudou ali no Colégio das Jesuítas. até que veio para Portugal em 1650, matriculando-se em 1652 na Universidade de Coimbra. Não deve ter sido muito feliz a passagem por esta cidade, como se vê lendo os seus versos “Adeus, Coimbra inimiga”.
Em 1661, conclui a sua formatura e vai para Lisboa, onde se casa no mesmo ano com Dona Michaela de Andrade. Não consta que tivesse filhos desta senhora, que veio a falecer em 1678. Em 1674, reconhece como sua uma filha natural, portanto, fora do casamento.
Desempenhou diversos cargos de nomeação oficial, próprios da sua formação como jurista. Em 1671 é Juiz do Cível em Lisboa: mais tarde serão publicadas algumas das suas sentenças pelo seu amigo Manuel Alvares Pegas (a este dedicará mais tarde três sonetos). Afinal, foram colegas em Coimbra onde Pegas se formou em 1658. Para além das três que são conhecidas e mencionadas no Brasil, descobri mais quatro, que publico neste site.
Em 1672, é nomeado Procurador da Bahia (Senado da Câmara) em Lisboa, cargo de que será destituído em 1674.
É provável que, já em Lisboa, o poeta tivesse começado a atacar tudo e todos a torto e a direito com os seus poemas satíricos. Em 1681, recebe as ordens menores como clérigo tonsurado, pretendendo talvez na altura ser ordenado padre, o que nunca veio a concretizar-se.
Em 1682 regressa ao Brasil, depois de ter permanecido em Portugal 32 anos.
A sua produção poética revela uma vida agitada, recheada de episódios burlescos e criando muitos inimigos. Em 1685, é denunciado à Inquisição, mas a queixa não vai por diante, possivelmente devido ao prestígio da sua família.
Algum tempo depois casa com Maria de Povoas, de quem tem um filho chamado Gonçalo.
Em 1692, o Governador da Bahia, D. João d’Alencastre, desterrou-o para Angola, para, segundo ele, o afastar dos que o que queriam assassinar. Em 1695, regressa ao Brasil e morre no mesmo ano no Recife.

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